Tem roupas
amontoadas no canto a quarto. Ela não quer arrumar. Faz tempo que seu quarto
está de pernas pro ar. Está tão bagunçado quanto sua própria vida. Ela não sabe
como se ama mais. Esta tentando aprender, mas não esta dando muito certo. Ela passa
cinco minutos olhando para o teto. Tenta pensar em alguma coisa produtiva para
fazer da vida, sem sucesso. Fala ao telefone, briga com ele, desliga, e pensa
na sua merda de vida. Esta entediada demais para falar com alguém. O teto
talvez a entenda melhor do que ninguém. Fecha as cortinas da janela. Não quer
ver a luz do dia. O sol geralmente agride seus olhos. Gosta mesmo da noite. Porque
é na noite que a diversão acontece. Precisa sair e respirar. Mas ainda é meio
dia, e só de olhar para fora o calor do sol queima a sua pele. Nem ela sabe
dizer se está triste ou alegre. Tem realizações acontecendo, mas fatos que
interrompem sua felicidade plena. Uma dor martela sua cabeça. Não consegue
dormir, nem relaxar. Precisa sair do mesmo lugar, precisa viver. Precisa se
desprender. Precisa terminar seus projetos, precisa começá-los. E terminar de
ler os livros da escrivaninha e sair da internet. Precisa ir pra academia e fazer mais sexo. Precisa
voltar a ser menina. Na verdade, precisa agora, finalmente, começar a ser
mulher.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Coincidências de Amor
Para aqueles que plantaram sorrisos na terra
Tem coisas na vida que não
sabemos se tem alguma ligação lógica entre si. São eventos que de tão
coincidentes achamos que querem nos dizer algo. Bom, eu não sei até que ponto
essas ligações podem nos dizer alguma coisa, só sei que estou muito emocionada
neste janeiro.
No próximo dia 24, é o dia da
minha colação de grau em Jornalismo. Uma realização que demorou quatro anos de
universidade, e muito tempo de estudo. É, sem dúvidas, um dos momentos mais
esperados da minha vida. Mas esse dia também será de lembranças marcantes. É o
dia em que completam sete meses em que o meu primo ‘Lorico’ deixou esse mundo.
É o dia em que o coração apertará mais forte.
Por ironia da vida (ou da morte),
um dia antes, no dia 23, era o aniversário do meu primo, que caiu no mesmo dia
que se completa um ano, que outra pessoa muito importante também foi embora, o
meu querido amigo Fernando Fernandes. Dois dias marcantes para mim, é claro.
O Fernando, por sinal, era
acadêmico de jornalismo, e se formaria no mesmo ano que eu se estivesse vivo. O
Fê era um comunicador nato, falava pelos cotovelos, era extremamente
extrovertido e brincalhão. Já o meu primo não, era reservado e tímido, mas
apesar disso, tinha um humor sagaz. Até hoje lembro as coisas engraçadas ditas por
ele nas poucas vezes em que ele falava.
Meu amigo Fernando e o meu primo
Lorico não se conheciam. Provavelmente nunca tiveram um contado em vida. Mas
agora diante de tantas coincidências os imagino lá em cima, ao lado de Deus, de
forma plena e em paz. Provavelmente são amigos no céu, devem ter se falado
porque conhecem uma pessoa em comum. Imagino os dois lá, o Fernando
falando pra caramba e o Lorico só ouvindo com aquele ar de gente blasé.
Acho que no dia da minha
formatura eles estarão lembrando de mim, assim como eu estou lembrando deles
todos esses dias. E pensando que, eu realmente queria que eles estivessem aqui
nesse momento. Como disse Nelson Rodrigues certa vez: “Deus está nas
coincidências”.
A minha formatura é dedicada a eles, que passaram pelo mundo
plantando sorrisos, cada um de sua forma.
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