Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O FIM


Trabalhei quase três anos em um jornal e cheguei a ser contratada neste mesmo veículo de comunicação. Mas escolhi sair de lá, por questões pessoais e empregatícias. Voltei para a condição de estagiaria em outra empresa de maior produção e agora me vejo saindo dela. Despedindo-me, sem mágoas. Feliz porque apesar dos erros e limitações, dei o meu melhor e fiz um bom trabalho. Tive a oportunidade de conhecer o processo de produção, o dead line, a vida e a rotina de um jornalismo diário. E quem sabe, eu não volte ou o futuro esteja guardando uma coisa melhor para mim. Um futuro que se defini a partir das minhas escolhas e possibilidades.

Digo isso, porque geralmente temos medo do fim. Eu também tenho. É natural. O fim de um relacionamento, por exemplo, sempre é tenso. Mesmo que aquela pessoa já não esteja te fazendo bem, ficamos pensando nos momentos bons que nunca mais teremos, ficamos pensando que será o último beijo, o último abraço e último aperto de mão. Será que encontraremos alguém melhor? Refletimos. O fim de um trabalho tem esse sentimento em comum. Será que encontraremos algo melhor? Será que eu fiz as escolhas certas na vida? Como não dá pra saber, temos que arriscar.

O fim da universidade é uma felicidade. Uma conquista. Mas apesar disso é também um momento de saudade. Quando vamos de novo, depois daquela aula de sexta-feira, beber no bar ao lado? Ou quando vamos sentir aquele entusiasmo do início de curso, aquela coisa de calouro clássico? Mas não deixamos uma coisa de lado para construir outra coisa. Quando eu saí do ensino médio, senti muita saudade dos meus amigos e das vezes que escutava rock no fundo da sala, enquanto estava rolando aquela aula chaterríma de química.  

Ainda ontem, travei uma discussão em uma mesa de bar, sobre as “fases as vida”, e como sempre pensamos que o passado foi melhor do que é o presente. Concluímos que cada fase tem que ser aproveitada com muita paixão, com muita vontade, para que quando chegar o “fim”, daquilo que realizamos, possamos traçar um começo ainda melhor. Se passar no vestibular é uma iniciação, chegar ao fim da universidade é um encerramento de um ciclo e um enfrentamento para vida que, a partir de agora, você seguirá sozinho. Uma realidade difícil de pensar, mas que é ao mesmo tempo, excitante. Como disse Raul Seixas certa vez: “Sempre é tempo de começar tudo de novo”.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eu nunca quis ser jornalista

Eu nunca quis ser jornalista. Mas desde que entrei no curso, eu nunca quis não ser. Antes, odiava a mídia. Achava manipuladora, mentirosa, falsa e covarde. Mas sabe aquele amor bandido que nasce da implicância? Criticava tanto a mídia, que queria ver porque ela era assim, tão alienante. Eu li uma vez do escritor e intelectual Paulo Freire, que se você quer mudar de verdade alguma coisa, integre-se à ela. Sonho besta esse não? Querer mudar alguma coisa, quanta pretensão! Mas na verdade é isso mesmo, temos que pelo menos fazer nosso serviço direito e melhorar o que esta a nossa volta. A Universidade me enriqueceu neste sentido, não aprendi a fazer jornalismo lá, isso não. Tu só aprende a fazer jornalismo e entender os processos midiáticos na prática. Não adianta. Mas a Universidade te abre a mente, mesmo que alguns achem que ela não serve para nada. Sim, uma pessoa muda muito suas concepções depois que sai de um ensino superior. 

Hoje me vejo prestes a me formar em jornalismo, uma profissão tão complexa de lidar. É um sentimento dúbio de amor e ódio. Hoje eu nem sei o que o futuro me espera, trabalhei em dois jornais impressos, uma assessoria e um site. Por muitas vezes tive vontade de desistir e me perguntava: o que eu estou fazendo aqui? Mas daí, o jornalismo cultural me flechou e já era. Eu sempre brinco que validei meu atestado de pobreza por três vezes: primeiro que escolhi ser jornalista, segundo que me encaminhei para o jornalismo impresso e terceiro que cambei para o jornalismo cultural. É  muita burrice para uma pessoa só. Ou seja, não gente, provavelmente vocês não vão me ver na televisão. Ok? 

Mas independente disso, eu tenho um sonho! (I have a dream!). E esse sonho é uma coisa que é quase genética, que é seguir a área da docência, assim como meus pais e boa parte da minha família. Vou ter que percorrer um bom bocado ainda para realiza-lo. Mas sonhar é de graça, então vamos lá. Pronto, agora vocês vão dizer que eu assinei meu atestado de pobreza quatro vezes. Mas é isso mesmo. Amor é assim, quando você é picado por ele, nada há de se fazer. Só peço uma coisa para vocês, meus poucos leitores. Desejem-me sorte. Eu vou precisar. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Buscopan

Estou definhando, caindo, chorando... Não consigo viver, não consigo morrer, não consigo amar. Não consigo me levantar, traz agora o meu buscopan para cá.
Não consigo comer, nem respirar, nem ver o carnaval passar. Nem consigo estudar, nem dançar, nem namorar, nem me animar. Traz, por favor, meu buscopan pra cá. 
Não consigo ficar bem, nem curtir a "vibe", nem ficar de boa, nem sair para passear. Não consigo ser legal contigo, não consigo te amar, não consigo dormir, nem acordar. Não esquece - eu te peço - de trazer eu meu buscopan para cá. 
Estou presa em mim mesma, sedenta de saúde e ar. Estou meio tonta, meio down, meio sem pensar. Estou doente, maluca, molenga. Este mês não quero nada, nem água, só quero um remédio para essa dor passar. 

sábado, 15 de setembro de 2012

Tiê e a nova safra da música alternativa

Tiê - Teatro Gasômetro, setembro de 2012
A primeira vez que eu ouvi Tiê foi uma música chamada "Passarinho", apresentada por uma amiga minha. Essa canção por sinal, foi a que a cantora abriu seu show em Belém na noite de ontem, dia 14, no Teatro Gasômetro. Na época, achei chata, lenta demais, sem graça, e não me dei ao trabalho de prestar atenção na letra direito. Estava ouvindo mais rock'in roll e aquilo não fazia sentido nenhum para mim. Por isso, deixei a Tiê pra lá, e não me interessei. 

Depois ouvi por aí uma música chamada "Sweet Jardim", que diz mais ou menos assim, "plantei no jardim um sonho bom, mostrei meus espinhos pra você..." Uma linda canção que combinou perfeitamente com a voz adocicada da cantora. Fiquei triste, aliás, porque ela deixou a música fora do repertório do show. Enfim, certo dia ganhei de presente em um CD a música "Dois", que poderia embalar o amor de qualquer casal. 

Ontem, ela tocou pela primeira vez em Belém, por convite da Secult, para divulgar o seu segundo álbum: "A coruja e o coração". Depois de fazer uma matéria sobre o show para o jornal O Liberal, resolvi me aventurar no sentimentalismo da Tiê. Grávida de seu segundo filho, ela foi a mais adorável possível. Depois de duas músicas sem dar boa noite ao público (até pensei que ela ia dar uma de Bob Dylan), Tiê começou a se comunicar a se mostrar para os belenenses. E se mostrou uma verdadeira "Stand up comedy". Ela tirou onda com o Michel Teló, dançou "Eu quero Tchu, eu quero Tchá", fez graça com ela mesma quando fez a dancinha do "seu boneco". Fez piada com o calor de Belém, contou momentos engraçados com o marido, brincou com a platéia. Foi adorável e linda. 

Tiê tocou a música dos seus dois álbuns, entre elas: "Dois", "A bailarina e o astronauta", "Te quero" e terminou com a lindíssima "Assinado Eu". A cantora também tocou as três versões que integrou o seu novo CD, "Mapa-Mundi", do talentosíssimo Thiago Pethit, que foi super elogiado por ela no show. Essa música inclusive é mais bonita na voz dela, do que na do Thiago. Também cantou "Só sei dançar com você", da não menos talentosa Tulipa Ruiz. Mas o ponto alto da noite foi quando ela contou a inusitada versão que fez para "Você não vale nada" (mais eu gosto de você) - hino do forró universitário. 
Ponto alto da noite: Tiê cantando "Você não vale nada"

Com uma versão mais elegante e meio "tango" do hit grudento, Tiê convidou as cantoras paraenses (que abriram seu show) Nana Reis e Juliana Sinimbu (só faltou a Joelma Kláudia, que teve que ir embora antes), para acompanha-la. Também pediu a ajuda para a platéia, que cantou em coro "você não vale nada mais eu gosto de você". Tiê tirou onda: "Bora lá gente, todo mundo tem um..(uma pessoa que queria dizer isso)". Acabou o show e as pessoas saíram satisfeitas. O chato, foi que ela (grávida) teve que fazer dois shows seguidos - não sei porque dessa ideia absurda - e para completar, uma pessoa do Teatro Gasômetro ficou expulsando as pessoas quando terminou o primeiro show.

Elogios a parte, o que importa é que a Tiê representa uma nova fase da música alternativa e paulistana. Ela, junto com o Thiago Pethit e Tupila Ruiz, criam juntos, escrevem letras, fazem grandes discos, representam um cenário novo, de jovens elegantes que fazem canções universais, que não representam nada, além deles mesmos e dos sentimentos dos próprios seres-humanos. Nesse mundo ainda acrescenta-se os mato-grossenses da banda Vanguart, que de todos é o meu preferido, e o Cícero que com as suas "Canções de apartamento" embalou o momento em muitos apartamentos por aí. 

Acho que quem fala que a música boa morreu, esta precisando olhar com mais atenção para o cenário. Pois, qualquer um desses artistas vale a pena ir aos shows, baixar músicas, comprar discos e se apaixonar. Para conhecer mais sobre a Tiê: http://www.tiemusica.com/


Tiê, neste show intimista, estava acompanhada apenas por seu guitarrista  

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Toda história de amor daria um livro


Na virada do ano de 2009 para 2010 passei pela primeira vez o ano novo longe dos meus pais. O cenário era o melhor possível: Algodoal, em companhia do meu melhor amigo, que considero como a um irmão. Além de outras pessoas legais que estavam por lá. Lembro que na época senti uma sensação de liberdade como nunca antes. Era a primeira vez também que me sentia tão livre. A viagem foi maravilhosa e inesquecível. 

À meia noite daquele novo ano que chegava, fiz aquele velho ritual de pular as ondinhas. Foram três pedidos: o primeiro era conseguir um trabalho, mas especificamente um estágio em Jornalismo, o segundo era paz e saúde para minha família, meus pais e meu irmão (eu sempre pedia esse). E o terceiro era ficar solteira durante aquele ano, não me apaixonar por ninguém (juro que eu pedi isso). Este último pedido, se referia ao fato de ter vivido alguns conflitos no ano anterior, e pensava naquela época, que eu era inconstante e louca demais para entrar em um relacionamento. Outras coisas estavam em jogo também como querer "aproveitar a vida", "conhecer pessoas novas", e "ser livre". Essas bobagens que uma pessoa pensa aos 18 anos. 

Voltei à Belém e logo no primeiro semestre consegui um estágio em jornalismo, minha família também não contraiu nenhuma doença grave e estavam em paz. Mas o terceiro pedido, não deu nenhum pouco certo, foi por água abaixo, foi completamente diferente do que eu imaginava. Em fevereiro me apaixonei perdidamente, em abril entrei de cabeça em um relacionamento sério, e continuo nele até hoje, dois anos depois. A conclusão que eu tirei dessa história é: meninas que estão atrás de um amor, façam pedidos para ficarem solteiras, funciona. 

O mais engraçado de tudo isso na verdade, é que nunca fui tão livre como naquele ano, fizemos tudo juntos. Encontramos amigos, fizemos festa, fomos a festa, shows, caímos na noite, fomos ao cinema, dançamos, compramos uma barraca, acampamos, fizemos novos amigos, juntamos nossos amigos, brincamos, fomos ao cinema, ao teatro... Descobrimos um ao outro. E pasmem, continuamos fazendo tudo isso até hoje, com uma diferença: estamos mais íntimos, é claro.

Sempre me falavam que depois de algum tempo o namoro entrava na rotina, ficava chato, sem graça e que era preciso ter cuidado para que a relação desse certo. No nosso caso, soubemos aproveitar cada fase, é claro que já brigamos feio, em particular ou em público. Já nos agredimos verbalmente, já dissemos coisas um ao outro que não queríamos, já nos arrependemos, já ficamos sem nos falar (não por muito temo, mas ficamos).

Eu não sei direito o que deve ser feito para um relacionamento dar certo, aliás, sempre achei que eu tive muita sorte por encontrar uma pessoa que me aturasse, porque se tem um coisa que eu tenho é defeitos. Mas aí, ele também quase estragou tudo quando nos conhecemos, me fez perguntas indigestas e no nosso primeiro encontro fez uma coisa sem noção que é melhor nem falar, mas que também não importa. 

O que eu sei, é que certo dia fui a um festival de rock e lembrei de um carinha que estudou comigo quando eu tinha cinco anos de idade (é cinco anos!). Daí encontramos fotos dessa nossa época, e ficamos encantados um pelo outro, e nos encontramos uma, duas, três... E hoje ficamos planejando quanto filhos vamos ter, quantos cachorros, como vai ser a nossa casa, como vamos fazer para conseguir grana, para comprar a nossa casa, que lugares vamos viajar, e o que vamos fazer para emagrecer (esta última é a mais difícil). 

Eu sempre quis escrever um livro sobre essa nossa história, não por achar que ela seja mais especial do que as outras histórias de amor. Mas por achar que toda a história de amor daria um livro. Quando conheço um casal, sempre tenho vontade de perguntar: "Como foi que vocês se conheceram mesmo?". Alguns foram pela internet, outros na praia, no carnaval, no trabalho, na faculdade, na academia, na rua, ou no jardim de infância (como no meu caso). Não importa. Uma história de amor é sempre bonita e sempre deve ser contada. 

Pela apaixonada Lennon. 

;*

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Encruzilhada


Tem vezes que nos encontramos em uma encruzilhada, e temos que escolher entre dois caminhos tortuosos, em que nem um deles parece ser uma boa opção.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. É mais ou menos isso, um pouco "piorado".
Tão duro e cruel que é difícil encontrar uma saída, como em um jogo de xadrez, é preciso ter estratégias.  
É preciso ter jogo de cintura. É preciso saber jogar as peças certas. Tem vezes que precisamos escolher ou deixar passar. Mas deixar rolar pode ser pior e escolher pode ser errar.
O que fazer, quando não sabemos o que fazer? Não fazer nada também é uma escolha. 
O tempo passa, a vida corre. E no caminho existe erros. Que podem ser nossos ou não. 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A falta que faz

Falta pássaros sobrevoando a minha janela
Sobra fumaça
Falta identidade, vontade
Falta tempo
Falta espaço pros carros passar
Falta compaixão, coletividade
Falta história para contar
Falta modéstia
Falta imprensa séria
Falta segurança
Falta eu e você marcando uma bela dança
Falta gratidão, perdão
Falta saúde, liderança...
Falta solução
Falta educação. Sobra greve
Falta gente que não jogue lixo no chão
Falta premiação, medalha de ouro
Infraestrutura
Falta criatividade textual, imaginação
Falta gente legal
Falta Saúde. Sobra greve
Falta governo. Sobra corrupção
Falta às sextas-feiras
Falta carnaval, papeis picados e gente cantando o refrão
Falta fé. Sobra religião
Falta amor. Sobra sexo
Falta comida. Sobra obesidade
Falta gente nova, maluquice, revolta 
Falta até uma boa memória, para lembrar tanta coisa que falta

sábado, 4 de agosto de 2012

Salinas em preto e branco

Orla do Maçarico
A primeira vez que fui em Salinas foi com um grande amigo chamado Fernando Fernandes. Amigo este que não esta mais aqui no mundo visível. Por causa disso que me emocionei bastante desta vez em que estive lá, e passei pela frente do hotel que nos hospedamos, em frente a praia do Maçarico. Foi só eu me aproximar do lugar que comecei a chorar lembrando dos momentos que passamos juntos. Lembrando também que quase fomos assaltados lá. Salinas como da primeira vez, continuava violenta e estava vazia, mas porque chegamos na segunda-feira.

Os dias foram passando, e logo as pessoas que estavam dividindo o mesmo teto comigo, e com meu namorado foram se entrosando. Pessoas doces e educadas, que tive o prazer de conhecer e me tornar amiga. Foi a primeira vez que senti um tédio tão prazeroso, de não ter absolutamente nada para fazer, que não fosse dormir, tomar banho de piscina, jogar bilhar, bola... Estava precisando me afastar um pouco do mundo real, diante de tantas tragedias que vem acarretando a minha vida ultimamente.

Enfim, a visão que as pessoas tem de Salinas é a praia do Atalaia. É a pior visão possível já que a insanidade do ser humano chegou a tal ponto de levar o carro até a praia e estrupar a natureza tão bela, com buzinas e pneus. Fora toda a sujeira que contamina as águas e a areia branca. E as patricinhas e os mauricinhos com seus corpos sarados achando aquilo tudo lindo e normal. Deprimente.
Congestionamento na praia do Atalaia
Praia da Corniva
Mas, por sorte, Salinas não se resume a praia do Atalaia. A praia da Corvina, por exemplo, é muito bonita, tranquila e fechada para carros. A orla do Maçarico também é muito charmosa, a noite tem várias opções de coisas para ver, lojinhas, comidas etc. Fora o super vento gostoso e as clássicas fotos que dá para fazer na tartaruga, no peixe, garça, entro outros animais em exposição na orla. Isso tudo, claro, em época de férias. Férias é assim, a gente vê um monte de coisa errada, mas devemos saber aproveitar. Ainda mais quando se está em uma casa privilegiada e com pessoas gentis.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Luscofusco

Volta. Não estou interessada em nenhuma sabedoria, texto ou sintonia.
Volta. Não estou interessada nessas meras coisas do dia a dia.
Nada. Nada vai mudar o fato de não ter feito o que eu deveria.
Teimo. Em acordar todo dia, com os pés pisando no chão sem ter a mínima noção para onde vou e pra onde vão tantas pessoas que eu insisto em desperdiçar, que eu insisto em me apegar em vão.
Volta amor. Que eu tive um pesadelo a meia hora, sobre o futuro que me espera lá fora, mas que eu não estou nenhum pouco interessada em temer.
Volta que o dia esta quase para nescer.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Apelo à paz

Não é fácil superar a dor de uma despedida eterna. Não é fácil para quem fica ter que lembrar os momentos, as histórias, o rosto... E quando essa vida é tirada assim, tão drásticamente, tão cruelmente, é pior ainda.
É a segunda vez que vou a um velório este ano, no mesmo lugar, de pessoas que eu adorava. Os duas pessoas vitímas da violência urbana, dois jovens, que tiveram sua morte exposta na TV. É difícil falar ou escrever, mas é preciso.
Fico me perguntando, o que fazer diante de tanta violência? Porque a vida que se foi não volta mais, o que fica é apenas a saudade. Acho que temos que reciclar essa sociedade, nós mesmos, os nossos pensamentos, as nossas atitudes... porque já chega de tanta dor e angústia. A próxima vez pode ser qualquer um de nós, e é muito triste pensar assim.

Muito obrigada, por todas as pessoas que prestaram solidariedade para eu e minha família. É nessas horas que percebemos quem realmente se importa...

terça-feira, 26 de junho de 2012

Triste demais


"Se o perigo é alto
Não dá pra se ter lazer
E quando preso no carro
Me resumo a sentir a vida (aaah-ah!)
Triste demais pra televisão
Se o perigo é alto
Não dá pra se ter lazer
E quando preso no carro
Me resumo a sentir a vida (aaah-ah!)
Triste demais pra televisão
Me resumo a sentir a vida
Triste demais pra televisão
Eu ando sonhando com o tempo,
Mas nunca vou poder saber
Se o sonho é só um momento
Me resumo à sentir a vida (aaah-ah!)
Triste demais pra televisão
Me resumo à sentir a vida (aaah-ah!)
Triste demais pra televisão"
(Mombojó)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Esperar

(@raissalennon)

Nada me deixa com mais raiva do que esperar. É claro que existe muitas coisas ruins além disso, mas o que me afeta diretamente é o ato da "espera". Isso é um defeito torpe e perigoso, já que constantemente lhe damos com situações diárias de espera. Esperar um ônibus, esperar alguém, esperar o resultado de uma prova é comum na vida cotidiana.

O meu caso é complicado, pois minha raiva é excessiva. Por isso, costumo pesquisar sobre essas coisas, porque acho que tenho algum tipo de transtorno psicológico. Alguma coisa do tipo "transtorno de ansiedade". A ansiedade por sinal é um dos males da vida moderna, da correria do dia a dia, do mundo tecnológico e cheio de coisas para fazer.

Acho que hoje em dia - do jeito caótico que o mundo se encontra - "todo mundo" tem algum problema desse tipo. Acho que carrego em mim o mal da pós-modernidade, sabe? Quero tudo rápido, tenho tics nervosos, como rápido, entre outros fatores. Teve casos que eu chorava de raiva por está esperando alguém ou alguma coisa. Isso acontece porque as pessoas não conseguem mas esperar o processo, e sim,  o resultado.

Acho que as pessoas que são ansiosas demais tem que encontrar alguma válvula de escape para conseguir segurar a onda. O ideal para casos como o meu, é fazer um esporte, por exemplo, o ioga também é uma boa opção. O problema é que nunca tenho tempo. Ou nunca acho tempo. Ou simplesmente não quero ter tempo, porque quando não estou trabalhando e estudando, a única coisa que eu quero fazer é dormir ou assistir TV.

Enfim, a prosa é longa. Mas quis aqui relatar uma coisa minha, porque a única coisa que não me cansa de fazer é escrever. Esse texto foi escrito enquanto eu estava em um desses ataques de ansiedade. Me ajudou muito. É isso.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vida de escritor


(@raissalennon)

Parei. Olhei para a página em branco e ela olhou para mim. Me desafiou na cara dura. Um monte de informação necessária vinha na minha cabeça. Tinha que escrever logo. O prazo estava terminando para entregar todos aqueles escritos. Queria ser um pouco criativa, mas também sem ser clichê. A pior coisa em um texto é quando tentamos ser engraçadinhos e não dá certo.

Escrevi uma linha. Apaguei tudo. Uma merda. Verbos sem combinar com contextos. Queria fumar um cigarro e tomar um café, para parecer aqueles escritores antigos e ganhar uma inspiração. Mas não venho gostando de cigarros faz tempo, e do jeito que essa cidade é quente uma coca-cola gelada seria a melhor opção.

A pior desgraça para um escritor são as redes sociais. Tiram todo o nosso tempo, dispersam nossa atenção com todas as banalidades possíveis. A desculpa é sempre a mesma: vou entrar rapidinho para ver se não tem nenhuma informação relevante. Que nada. Como se existisse informação relevante nessas coisas, com raras exceções.

Voltamos ao texto. Nada ainda. Me forcei a tomar um café amargo, conversei um pouco e escrevi palavras desordenadas do assunto. Fui escrevendo quase que brigando com o teclado. Uma página inteira, duas páginas... Volto para a primeira ajeito linha a linha, parágrafo a parágrafo, citação a citação. Pego um livro, leio mais um pouco, saco o papo do ator e volto a escrever. Leio, releio, Leio de novo. Nunca gosto. Mudo as ordens, estico aqui, corto ali.

Leio tudo. Melhorou um pouco. E mesmo que não melhorasse nada, ficaria como está, porque pensar também cansa. O PC desliga com tudo. É a morte, a desgraça e a dúvida: eu salvei? Ligo o PC resmungando Ave Maria, e pedindo a ajuda dos céus. Abro o Word...

Registro automático. Amém. Logo depois começa tudo de novo...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Todo amor do mundo


Los Hermanos, 2012. 

Chico Buarque e Bob Dylan são artistas pouco comuns para um DJ tocar, antes de qualquer show. É. Mas no show dos Los Hermanos tudo pode ser incomum e docemente magnífico. Parecia que todos se conheciam. Todo mundo se encontrava, se abraçava e sorria. Claro, a expectativa era grande para ver o Amarante, Camelo, Barba e Medina reunidos de novo, após cinco anos de hiato.

No ingresso, o show estava marcado para 22h, mas quem verificou no site, sabia que eles iam tocar à meia noite, em ponto. Só que com 15 minutos de antecedência, já podíamos ouvir os primeiros solos de guitarra e os versos de “Moça, Olha só, o que eu te escrevi é preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai, além do que se vê”. E quem estava há horas esperando para ver o show, esqueceu completamente à dor nos pés. Daí pra frente foi uma sucessão de canções lindas, sem músicas novas, mas que contemplavam os quatro CDs de estúdio dos caras.

Uma coisa assustou logo à primeira vista: A aparência do Amarante. Mais magro do que de costume, cabelos rebeldes e grandes. Como se estivesse acabado de acordar. Mas isso pouco importava naquela hora. O momento era especial. O show ocorreu como eu imaginava. O Amarante com suas dancinhas. Medina estático. Camelo tímido e o Rodrigo Barba, uma gracinha quando aparecia no telão sorrindo. Fora o outro guitarrista, que não recordo o nome, e o trio de caras que fazem o metal melódico, essencial na banda.

 REPERTÓRIO

Os fãs bem sabiam o set list da banda, de acordo com o repertório da turnê em outros Estados. Mas os Los Hermanos traziam surpresas. Se eu não me engano esse é o quarto show da banda em Belém. Me recordo de ter ido a outros dois, com exceção do primeiro, que aconteceu na época do extinto Fest Rock. Acredito que em nenhum deles, os barbudos tenham tocado a tão “polêmica” Anna Júlia. Ou menos ainda, tenham feito cover de qualquer outro artista.

Pois é, mas em Belém, eles fizeram. E foi logo de Legião Urbana. “Vou precisar da ajuda de vocês nessa música”, disse Rodrigo, antes de começar a tocar “Tempos Perdidos”. Foi lindo. Mas não foi o momento mais mágico do show. Não foi melhor do que ter ouvido os versos de “O velho e o moço”, “O vento”, “Um par”. Ou tão lindo, quanto ver os marmanjos cantar melancolicamente as músicas “Sentimental” e “Último Romance”. Às lágrimas caíram inevitavelmente. Uma coisa tão emocionante que várias pessoas gritaram “ôooooo” quando viram três gaivotas brancas saírem de trás do palco em direção ao céu escuro.

É claro que teve também as mais agitadas como “Azedume”, “Quem Sabe”, e a finalissíma “Pierrot”, para fechar noite. “Obrigado”, eles falavam. “A gente que agradece”, em pensava. O público que agradece por vocês existiram, e dar vida a juventude nacional, que desde os anos 80, se viu sem ídolos para realmente seguir. Todos saíram sorrindo, sem reclamar. Quer dizer, só reclamaram do preço do bebida vendida à 5 reais. De resto, valeu absolutamente tudo.

Los Hermanos conseguiram provar nesse show, que a banda não acabou e nem nunca vai acabar. Eles já são eternos para os fãs e para a história da música no Brasil. “O vento vai dizer lento o que virá, e se chover demais, a gente vai saber, claro de um trovão, se alguém depois sorrir em paz...”

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Uma tarde

Doida de pedra nessa tarde de sol. É melhor eu nem olhar para o relógio porque já estou devidamente atrasada para todas as coisas que tenho que fazer. E que, por sinal, vão influenciar o resto da minha vida inteira. 
Talvez eu deva correr ou apenas saborear o saudosismo de um tempo que já passou?Acho que deveria nascer em uma sociedade sem telefones. Talvez isso melhorasse a minha ansiedade extrema. 
Uma tarde de espera. Os caras da taberna me "neuram". Homens humildes que gargalham por causa de um piada qualquer do filme da sessão da tarde. Piadas que de tão toscas, dão nojo. Parece confuso, mas não tenho nada para fazer nessa tarde, além de esperar e observar as pessoas à minha volta. Na verdade eu tenho. Na verdade, eu tenho um infinito de coisas para fazer, mas estou aqui, parada no mesmo lugar. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Faísca


Um completo incêndio provocado por uma única faísca
O Grito (Edvard Munch)
Que de tão miúda não se imaginava provocar tanto fogo
Um furacão de sentimentos jorrados em só um impulso
Palavrões vociferados com tanto gosto
 e desgosto ao mesmo tempo
Que se tornam um completo descarrego de alma
Um fardo despejado em outro alguém
Uma raiva, uma mágoa, uma dor extrema
Às vezes é bom derramar todo o seu ódio em um minuto
Em segundos, ou até mesmo por horas.
Tem gente que merece ouvir. Tem gente que não.
Mas os que merecem que morram...
Com um espírito ruim no corpo
Merecem todos os maus agouros
Mesmo que seja por pouco tempo
Já que guardar raiva de gente que não vale à pena
É tomar veneno querendo que o outro morra
Ainda assim, às vezes, faz bem descarregar
Mesmo de maneira trágica as bactérias retidas no corpo
Toda a violência que tem em você
Toda a maldade que tem em você
Todo lúcifer que tem em você
Eu disse: às vezes
Quando necessário, e em determinadas ocasiões
Porque a agressão, em alguns casos, cura. 

segunda-feira, 26 de março de 2012

God


"Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor
Falarei de novo, 
Sempre me perguntei o que é Deus. E sempre quis saber o que é Deus
na opinião dos outros. Nunca tive uma resposta realmente precisa.
É claro, não há precisão na existência de Deus. Essa música de John,
é intrigante e linda. Muitas pessoas crentes, devem considera-lo um pecador
e anticristão. Mas não o levem a mal. John, não diz que não acredita em Deus.
Diz que ele é um conceito, e realmente é. Cada crença, e cada pessoa
tem um conceito do que seja Deus. O fato dele dizer que não acredita nos
próprios Beatles, passa uma mensagem muito maior.
John, anuncia: "Eu só acredito em mim, Yoko e eu".
 Ou seja, ele acreditava no amor. E o amor, é maior do que tudo.
E maior que que todos os ídolos do mundo, como Elvis, Dylan...
Ele diz, descrente que o sonho acabou. Que sonho? Talvez,
o sonho dos bealtes, que para ele se tornou uma ilusão.
Para mim, essa é a música mais madura de Lennon, porque é nela que
ele afirma que descobriu quem realmente é.
Todos os sonhos acabam. Ou podem se tornar realidade.
Mas mesmo assim, você tem que acreditar
em alguma coisa. E o que eu acredito? Acredito que o mundo
só vai ficar melhor quando as pessoas entenderem que nenhuma fé
é melhor do que a outra. Respeite. Eu tenho a minha. Você tem a sua.
E mesmo que você não tenha, acredite em alguma coisa.
 Deus? Para mim, Ele é uma árvore. A árvore da vida.
E que o amor é sim, maior que tudo. God is love.
Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor
Eu não acredito em mágica
Eu não acredito em I-ching
Eu não acredito em Bíblia
Eu não acredito em tarô
Eu não acredito em Hitler
Eu não acredito em Jesus
Eu não acredito em Kennedy
Eu não acredito em Buda
Eu não acredito em Mantra
Eu não acredito em Gita
Eu não acredito em Ioga                                                
Eu não acredito em reis
Eu não acredito em Elvis
Eu não acredito em Zimmerman
Eu não acredito em Beatles
Apenas acredito em mim, Yoko e eu
E essa é a realidade
O sonho acabou
O que posso dizer?
O sonho acabou
Ontem, eu era o tecedor de sonhos
Mas agora renasci.
Eu era a morsa,
Mas agora sou John.
Então queridos amigos,
Vocês precisam continuar
O sonho acabou"

John Lennon 

segunda-feira, 19 de março de 2012

TCzzzzzzzzzzzzz

Estou me sentindo num filme de  Alfred Hitchcock. Uma PSICOSE total por causa desse lance de Trabalho de Conclusão de Curso. Estou quase pra pedir penico, e olha que ainda é só o começo. Brincadeira à parte, o negócio é sério. Não sei quem foi que inventou que as pessoas deveriam produzir um livro antes de sair da universidade? Eu heim. 
Não, não, calma lá. Eu gosto de escrever, o problema é a obrigação. Se bem que se não fosse a obrigação talvez nunca escreveria um livro. 
O pior de se fazer um TCC, é se fazer um TCC em Comunicação Social, porque para o seu orientador você ainda não encontrou o "bendito" OBJETO de comunicação. Para o seu orientador, nada é objeto de comunicação. Aí você já passou três anos na universidade e descobre que ainda não sabe o que é COMUNICAÇÃO. Mas como minha amiga disse, "nem os teóricos descobriram ainda o que é  o objeto da comunicação, eu que tenho que descobrir?". 
Mas tudo isso faz parte do plano de piração estudantil. Você neura no vestibular, neura no TCC, neura para conseguir emprego, neura para conseguir mestrado... Antes de tudo isso, muitos já desistiram de viver. 
Na verdade, isso tudo é apenas um desabado de uma pessoinha insegura, que não acredita nas suas próprias capacidades intelectuais. Tenho raiva de gente que fica se gabando por aí sabe, mas as vezes que queria ter  um pouco mais de segurança e firmeza nas coisas. Não sei o que uma coisa tem a ver com a outra na frase anterior, mas tudo bem. O problema é que eu fui ser rebelde, era pra eu fazer psicologia como meus pais, aí ficava louca de vez, e pronto. Não que meus pais sejam loucos, é claro. 
Ah, mas eu estou de boa sabe, fazer TCC é tão legal...  

¬¬'

segunda-feira, 12 de março de 2012

Ela Faz Cinema


"Quando ela chora não sei se é dos olhos para fora, não sei do que ri
Eu não sei se ela agora está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil, mas não existe outra igual  
Quando ela mente não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente mais um personagem efêmero da sua trama
Quando vestida de preto dá-me um beijo seco prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão me clama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem porém faz um bem que ninguém me faz
Eu não sei se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito cantar outra vez
Quando ela jura não sei por que Deus ela jura que tem coração
e quando o meu coração se inflama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém porém eu não sei viver sem e fim"


Ela Faz Cinema (Chico Buarque)

terça-feira, 6 de março de 2012

O expectador

Cena do filme - O artista (2012)
A tela. As imagens. O som. O silêncio. O vazio. O expectador olhando filme. Pára. Observa. Entra na história. Fica incrédulo. Esquece que está em uma sala escura. Esquece que está na sala da sua casa. As vezes sente raiva. Nojo. Medo. Ou então solta gargalhada. Sente tédio. Volta a realidade. E acha aquilo tudo super chato. Outras vezes se emociona. Chora. Lembra de alguém. Alguma coisa. Remete a um passado próximo ou distante. Lembra da infância. Se apaixona pelos personagens. Pelo angulo. Enquadramento de casa cena. Sente-se impotente.Come. Analisa. Ou não analisa nada. Ai, o cinema. A invenção do mundo moderno. A descoberta do século XX. A alienação ou a democratização da cultura? Ai o Cinema. Magia. Amor à primeira vista. Amor à primeira cena. 

Só grandes diretores, podem fazer grandes filmes. A prerrogativa pode parecer óbvia, mas é complexa. O francês Michel Hazanavicius acertou em cheio quando fez um filme que conta a história da transição do cinema mudo, para o cinema falado. Isso tudo, em um filme mudo e em preto e branco, na era da tecnologia avançada. E o que falar de Martin Scosese que resgata os primeiros passos da invenção do cinema? Em um filme com cenas lindas e todo em 3d.
Os dois grandes diretores fizeram ARTE. Mas isso talvez, não importasse, se os filmes em questão não emocionassem o expectador. O expectador também faz o cinema. Ele é o cinema. E um diretor tem que que de alguma forma tocar a alma do expectador. Esse filmes mostram que o que importa na verdade, é o talento. É pensar imagens. O que nos mostra que mesmo em um filme p&b pode ser muito interessante. Esse texto é uma homenagem à diretores tão maravilhosos, que fazem de nós, expectadores, seus discípulos. E nos encantam com sua magia e beleza.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval é como você quiser

 Muita gente fala mal do carnaval. De fato, se pensarmos racionalmente nas coisas, que sentido tem em ficar dançando e cantando atrás de um bloco que toca marchinhas? Ou pior, atrás de um trio elétrico gigante tocando axé? Não tem sentido mesmo. Mas, o que faz sentido nessa vida?
Considero que, mesmo com a total falta de racionalidade, o carnaval é uma cultura brasileira. Coisa que só o bicho homem poderia arquitetar de forma tão meticulosa. Pra mim, é muito chato esse coisa toda de desfile de escola de samba e atrizes globais na Sapucaí. Mas há quem ame isso e faça disso sua vida. Carnaval é como você quiser. 
Se eu não tivesse escolhido o jornalismo como profissão, diria que a folga de quase uma semana, e para muitos ( leia-se funcionários públicos), mais de uma semana é o melhor do carnaval. Como a maioria das pessoas tem Vida, isso deve ser uma vantagem agradável nessa época do ano. 
Cada um faz do carnaval o que quiser. Tem gente que odeia isso tudo e prefere ficar na cidade, e aproveitar toda a tranquilidade rara da vida urbana, ocasionada pela fuga de seus habitantes para  os balneários e para folia. Outros não, querem a cagada e a estragação de figado mesmo. Já alguns preferem rezar por essas almas condenadas ao fogo do inferno. 
Antigamente, eu achava que carnaval era isso. Ir para um lugar agitado, ver um monte de gente, curti e blábláblá. Odiava ir para Baía do Sol (distrito do distrito que é Mosqueiro), já que lá era calmo demais, tinha carnaval, mas não era o carnaval que eu queria.
Hoje mudei completamente de concepção. Apesar de ficar de folga apenas na terça-feira, quero ficar na Baía do Sol o máximo de tempo que puder. Curtir a praia, o ar puro, curti a minha família, meu namorado... Me deu até vontade de me fantasiar só para fazer graça. É uma pena que lá (Mosqueiro), e até na Baía que eu tanto que orgulhava de ser um interiorzinho que só tocava marchinhas antigas no carnaval, se rendeu a maldição do tecnobrega. O que atraiu mais foliões, é claro, mas desvirtuou todo sentido da coisa. Ontem, o jeito foi voltar pra casa e ouvir Sergio Sampaio e Chico Buarque, só com a família mesmo. 

Meu carnaval

Mas é isso. O jeito é esse! Fazer seu próprio carnaval, colocar seu próprio bloco na rua e se divertir com o que tem. Hoje saí da Baíazinha às 4 da matina pra trabalhar em Belém, e vou voltar na mesma pisada após o trampo. O meu siamês (leia-se namorado) estava comigo nessa missão, e digo uma coisa: foi lindo ir tomar café de manhã cedinho com ele lá no terminal. Não há nada melhor do que café de rua, feito pelas  tiazonas do café.  
Mas qual é a relação disso com o carnaval? Absolutamente nada. Só queria contar mesmo. Queria dizer também que esse época é dedicada a uma pessoa que era o carnaval em pessoa. Meu amigo Fernando, que se foi em janeiro, que ontem fez aniversário, e que adorava essa movimentação inteira. Adorava a alegria. Ele pra mim é um exemplo de Carnaval. No sentido mais simbólico e bonito da palavra.
Bom, é isso. Volto na quarta. Tô sem internet na Baía do Sol. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Melodramática

A excessividade de sentimentalismo contrastando com a mais completa frieza. O melodrama em forma de gente. A completa falta de qualquer senso de calma e sobriedade. O desespero. A raiva. A falta de fé, mesmo acreditando em tudo que falam para ela. Pensa que é descolada, mais é na verdade, a caretice sem tamanho. 
Constantemente chata, ciumenta, frágil. Mas insiste em se fazer de forte. Como se todos não soubessem o quanto ela é carente em essência. Sem qualquer tipo de vergonha na cara, liga para os amigos, apenas para chorar seus lamentos. Como se fosse culpa deles, as cagadas que geralmente costuma fazer com os outros.
E alguns que estão ali todos os dias cara-a-cara, convivendo com aquele ser ilógico e incerto, não tem noção o tamanho de sua histeria.  Freud deveria explicar. Ou talvez, Jacques Lacan, Piaget, Vygotsky, ou Skinner. Mas nem eles, entendem o teor de sua loucura. 
Quem é capaz de entender a natureza humana? Quem é capaz de compreender a sua própria natureza? Tudo é apenas uma busca eterna. Mas todos precisam de calma.  
Ela poderia ser apenas mais uma garota qualquer. E ela é uma garota qualquer. Mesmo que não existam garotas "qualquer", porque todo mundo tem sua história de vida. Mas, ela acha isso. Tem certeza que sua vida será um completo marasmo eterno. Mas é claro, que nada que venha dela, tem que ser levado em consideração. Afinal, ela faz da vida o grande filme melodramático, típico de Theo Angelopoulos, em "Vale dos Lamentos". 
Ela tem é sorte. De ter um monte de gente legal e amável ao ser redor. E que atura tudo isso e mais um pouco. Ela tem é sorte de seu melodrama ter paisagens bonitas. Pois quando se esforça, ela é carnaval, alegria. Quando quer faz as pazes com o mundo, e sorri para ele. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O acordar do sonho da vida


Todas as imagens de você que me vem a cabeça são em momentos felizes, alegres. Lembro de você sacaneando com alguém ou com alguma coisa, brincando, se divertindo. Lembro-me de sua risada alta, seu tom de voz elevado. Das brincadeiras no colegial, dos vários drinks que brindamos juntos.
E até me esforcei, mas não consegui recordar nem por um momento sua feição de tristeza. Por duas vezes você apareceu em minha casa nos últimos tempos. Na primeira, eu acabava de chegar, estava cansada, acabava de chegar da Universidade, mesmo assim abri o portão pra você com muita alegria, e ficamos por horas conversando, relembrando um monte de coisas.  Pena que da outra vez, eu não estava em casa. Nossa, como eu queria ter estado em casa. 
É. Cada um lembra com muito carinho de sua presença, todos com recordações maravilhosas. É difícil falar alguma coisa, porque nenhum texto, palavra, ou qualquer notícia que tenha saído no jornal é capaz de expressar a dor de sua perda. É apenas uma forma de compartilhar esse sentimento 
tão amargo e cruel. Existe um poema antigo que diz "Ele não dorme, ele não morreu, apenas acordou do sonho da vida". E eu, e todas as pessoas que conviveram contigo, só tem a agradecer por ter vivido esse sonho ao seu lado, e compartilhado todos os momentos maravilhosos que você nos  proporcionou. 
É dessa forma que lembrarei de você, entre risos, piadas, e alegria...
Que Deus ilumine sua querida mãe, e dê forças para que ela possa superar esse momento.

Vai em paz, meu amigo. Amaremos você para sempre. 


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Indignação, desabafo e esperança

Venho através deste espaço desabafar e compartilhar minha indignação. Todos os dias assistimos pela tv ou vemos nos jornais vários acidentes, causados pela imprudência das pessoas. É tão absurdo que as vezes parece que não é real. Sentimos uma certa condolência pelo outro, mas nos tranquilizarmos ao saber que aquilo não aconteceu com alguém que amamos. Até que acontece. E você é capaz de sentir a dor do outro.
Ontem a noite (porque já se passa da meia noite), minha prima Soraia vinha no carro, junto com seu namorado Junior. Eles voltavam para Belém depois de um fim de semana em Mosqueiro. Na estrada sofreram um grave acidente, assim como outras pessoas que estavam em outros carros envolvidos. Segundo as informações que chegaram até mim, por meio dos meus pais, que também estavam vindo de lá e passaram pelo acidente, até agora duas pessoas já faleceram. Não se sabe ao certo ainda, como tudo aconteceu, mas sabe-se um carro vinha em alta velocidade e com os motoristas supostamente embriagados.
Agora minha prima esta na sala de cirurgia, pois parece que sofreu alguma lesão interna. O Junior está sentindo fortes dores de cabeça e no peito. O carro teve perda total. E eu e meus familiares, estamos é claro, super preocupados e em choque. O que fica disso tudo, além da crença de que tudo fique bem, é a indignação.
Por causa da imprudência, mais do que isso, crime de algumas pessoas, que saem da sua casa assumindo o risco de matar, ferir, agredir a vida de outras pessoas inocentes. Quando as pessoas vão entender que rua, estrada, avenida não é pista de corrida? Que não se deve beber e dirigir? Quantas vezes tem que se falar isso? A única coisa que nos resta é pedir a Deus, para proteger nossa família, as pessoas que amamos, e a nossa própria vida, desses loucos que prejudicam inocentes.
Espero que esse susto seja passageiro, que tudo fique bem com minha prima e com o Junior, assim como os outros que também estavam no acidente. E que todos os familiares tenham forças para superar o que aconteceu, inclusive a minha tia que deve estar bastante abalada. E é claro que os responsáveis também devem pagar pelo crime que cometeram.
Não consigo dormir, e como infelizmente não posso fazer absolutamente nada, para ajudar quem eu amo, além de rezar e pedir a Deus que tudo dê certo, resolvi desabafar com vocês o que aconteceu. Além do desabado, da indignação, fica a esperança para que as pessoas parem de cometer esse tipo de atentado à vida humana. Tem gente que não merece sofrer por isso.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Inspiração

A fonte dos poetas. O elementar para os escritores. Essencial para músicos e outros artistas. A inspiração é mesmo algo mágico entre os seres. Como alguns podem ter percebido, ainda não tinha dado o ar de minha graça agora em janeiro. Não por falta de vontade e muito menos por preguiça, mas sim, por falta de inspiração. Nada de algo muito bom que me vinha a mente. Nenhuma notícia tão marcante para comentar. Um início de ano tão comum, e todos os temas pareciam clichês. Por isso, resolvi falar justamente disso. A "inspiração". Mas não no sentido da  ação pela qual o ar penetra nos pulmões, o contrário de respiração. 
Mas no sentido de força sobrenatural que rompe as barreiras da razão e você consegue elaborar algo interessante. Em dezembro último, eu estava assim, tanto é que foi o período que eu mais escrevi neste espaço. Mas tem vezes que não desce nada do céu. Quem trabalha com criatividade e arte, sabe muito bem do que eu estou falando. Como eu estou estagiando em um jornal impresso, fazendo pautas sobre cultura, tenho que lhe dar com isso sempre. É uma coisa quase que inexplicável, as vezes chego a ficar olhando para o computador por horas sem saber o que escrever, também quando vem a inspiração, é como um tiro, uma bala. 
Sempre gostei de escrever, e não tenho uma vertente certa de escrita. Escrevo poesia, prosa, crônica. Gosto de tudo. Mas considero a poesia, sinônimo da inspiração em mim. Quando escrevo uma, é porque estou nos dias de maior inspiração. É maravilhoso. 
Inspiração, no dicionário da lingua portuguesa, significa "estado da alma quando influenciada por uma potência sobrenatural: inspiração divina". Por isso, todo mundo tem que ter inspiração na vida. Para começar um projeto novo, para estudar uma coisa que goste, para caminhar nesse mundo estranho. Enfim, que esse ano então, tenhamos toda a inspiração do mundo para fazer o que desejamos. E que eu sempre tenha inspiração para escrever neste blog, que eu tanto amo. 

Companheiros