Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O FIM


Trabalhei quase três anos em um jornal e cheguei a ser contratada neste mesmo veículo de comunicação. Mas escolhi sair de lá, por questões pessoais e empregatícias. Voltei para a condição de estagiaria em outra empresa de maior produção e agora me vejo saindo dela. Despedindo-me, sem mágoas. Feliz porque apesar dos erros e limitações, dei o meu melhor e fiz um bom trabalho. Tive a oportunidade de conhecer o processo de produção, o dead line, a vida e a rotina de um jornalismo diário. E quem sabe, eu não volte ou o futuro esteja guardando uma coisa melhor para mim. Um futuro que se defini a partir das minhas escolhas e possibilidades.

Digo isso, porque geralmente temos medo do fim. Eu também tenho. É natural. O fim de um relacionamento, por exemplo, sempre é tenso. Mesmo que aquela pessoa já não esteja te fazendo bem, ficamos pensando nos momentos bons que nunca mais teremos, ficamos pensando que será o último beijo, o último abraço e último aperto de mão. Será que encontraremos alguém melhor? Refletimos. O fim de um trabalho tem esse sentimento em comum. Será que encontraremos algo melhor? Será que eu fiz as escolhas certas na vida? Como não dá pra saber, temos que arriscar.

O fim da universidade é uma felicidade. Uma conquista. Mas apesar disso é também um momento de saudade. Quando vamos de novo, depois daquela aula de sexta-feira, beber no bar ao lado? Ou quando vamos sentir aquele entusiasmo do início de curso, aquela coisa de calouro clássico? Mas não deixamos uma coisa de lado para construir outra coisa. Quando eu saí do ensino médio, senti muita saudade dos meus amigos e das vezes que escutava rock no fundo da sala, enquanto estava rolando aquela aula chaterríma de química.  

Ainda ontem, travei uma discussão em uma mesa de bar, sobre as “fases as vida”, e como sempre pensamos que o passado foi melhor do que é o presente. Concluímos que cada fase tem que ser aproveitada com muita paixão, com muita vontade, para que quando chegar o “fim”, daquilo que realizamos, possamos traçar um começo ainda melhor. Se passar no vestibular é uma iniciação, chegar ao fim da universidade é um encerramento de um ciclo e um enfrentamento para vida que, a partir de agora, você seguirá sozinho. Uma realidade difícil de pensar, mas que é ao mesmo tempo, excitante. Como disse Raul Seixas certa vez: “Sempre é tempo de começar tudo de novo”.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eu nunca quis ser jornalista

Eu nunca quis ser jornalista. Mas desde que entrei no curso, eu nunca quis não ser. Antes, odiava a mídia. Achava manipuladora, mentirosa, falsa e covarde. Mas sabe aquele amor bandido que nasce da implicância? Criticava tanto a mídia, que queria ver porque ela era assim, tão alienante. Eu li uma vez do escritor e intelectual Paulo Freire, que se você quer mudar de verdade alguma coisa, integre-se à ela. Sonho besta esse não? Querer mudar alguma coisa, quanta pretensão! Mas na verdade é isso mesmo, temos que pelo menos fazer nosso serviço direito e melhorar o que esta a nossa volta. A Universidade me enriqueceu neste sentido, não aprendi a fazer jornalismo lá, isso não. Tu só aprende a fazer jornalismo e entender os processos midiáticos na prática. Não adianta. Mas a Universidade te abre a mente, mesmo que alguns achem que ela não serve para nada. Sim, uma pessoa muda muito suas concepções depois que sai de um ensino superior. 

Hoje me vejo prestes a me formar em jornalismo, uma profissão tão complexa de lidar. É um sentimento dúbio de amor e ódio. Hoje eu nem sei o que o futuro me espera, trabalhei em dois jornais impressos, uma assessoria e um site. Por muitas vezes tive vontade de desistir e me perguntava: o que eu estou fazendo aqui? Mas daí, o jornalismo cultural me flechou e já era. Eu sempre brinco que validei meu atestado de pobreza por três vezes: primeiro que escolhi ser jornalista, segundo que me encaminhei para o jornalismo impresso e terceiro que cambei para o jornalismo cultural. É  muita burrice para uma pessoa só. Ou seja, não gente, provavelmente vocês não vão me ver na televisão. Ok? 

Mas independente disso, eu tenho um sonho! (I have a dream!). E esse sonho é uma coisa que é quase genética, que é seguir a área da docência, assim como meus pais e boa parte da minha família. Vou ter que percorrer um bom bocado ainda para realiza-lo. Mas sonhar é de graça, então vamos lá. Pronto, agora vocês vão dizer que eu assinei meu atestado de pobreza quatro vezes. Mas é isso mesmo. Amor é assim, quando você é picado por ele, nada há de se fazer. Só peço uma coisa para vocês, meus poucos leitores. Desejem-me sorte. Eu vou precisar. 

Companheiros