Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

terça-feira, 2 de abril de 2013

Um pequeno registro de SP



Quando eu era adolescente li um livro chamado “O Homem que Conhecia As Mulheres”, do escritor paulistano Marcelo Rubens Paiva. A obra é dividida em três partes, sendo que a última é uma homenagem a São Paulo intitulada “I Love SP”. Foi daí que surgiu uma vontade grande de conhecer São Paulo, mesmo sabendo de tantas coisas ruins que aconteciam na cidade, como congestionamentos quilométricos, violência, drogas e etc.

A oportunidade surgiu com o Lollapalooza desde ano, que aconteceu no Jockey Club, como todo já mundo sabe. O festival trouxe a minha banda favorita (ainda em atividade), e por isso, eu fiz um super esforço para ir lá conferir a apresentação dos caras do Pearl Jam e da performance impecável do Eddie Vedder. Fora os outros shows de bandas que eu gosto muito como Franz Ferdinand, Queens Of The Stone Age, The Hives, Black Keys, Two Door Cinema Club e outras. Além das nacionais Vanguart e Criolo.

Cheguei a São Paulo na quinta-feira, dia 28, véspera do feriado da Semana Santa. Aterrissei no aeroporto do Guarulhos exatamente as 5h30 e fiquei por lá bestando até amanhecer, na companhia do meu namorado, que foi se aventurar comigo. O tempo estava ótimo, fazendo um friozinho de 15 graus, uma sensação muito agradável para quem esta acostumada com o calor de Belém.

A missão era chegar ao centro de São Paulo de metrô. Pegamos um ônibus, descemos na estação Tatuapé e partimos em direção a República. No caminho avistamos a cidade e prestamos atenção nos prédios gigantes, nas construções, fábricas e favelas. Achei a cidade bonita e, além disso, limpa comparada a Belém. Aliás, é triste falar isso, mas parece que toda a cidade é mais limpa que Belém. Ok, mas pegar o metrô de São Paulo foi assustador, ao mesmo tempo emocionante. As pessoas andavam muito rápidas e não olhavam umas para as outras. Parece que as pessoas lá estão sempre apressadas e indo para um lugar muito importante.

Compramos bilhetes, só que não sabíamos nem como passar na roleta, foi deprimente porque tivemos que perguntar como era... Entramos no metrô finalmente e foi quando eu participei da cena mais assustadora de toda a minha vida: uma multidão de pessoas entrando no metrô ao mesmo tempo, e nós espremendo completamente. E eu que pensei que o ônibus perto de casa era lotado! Só que pelo menos em São Paulo faz frio e não ficamos suando que nem um burro de carga.  

Chegamos ao hotel e logo saímos para conhecer os lugares mais próximos. Conheci o Teatro Municipal, o shopping Light, a Praça Ramos, a Igreja da Sé, e o mais legal de todos: Galeria do Rock. Um shopping com cinco andares só com artigos de rock de todos os estilos, lojas de tatuagens, discos e vinis. Seria mais legal ainda se eu tivesse grana para comprar coisas por lá! São Paulo é bonita. Tem prédios enormes. Uma arquitetura antiga que inebria todo o centro histórico e que eu fiquei completamente apaixonada. Tinha vontade de ficar um tempão olhando aqueles prédios, como se fosse uma fotografia.  

Tive a experiência de andar pelo maior centro comercial do Brasil, que é a 25 de março. Rua comandada por muitos asiáticos. Foi meio estressante andar por lá porque tem muita gente gritando no seu ouvido e você tem que perder o dia inteiro ali comprando coisas. Também fui à rua Santa Ifigênia, o paraíso das coisas eletrônicas e lá o meu irmão (com a minha ajuda) comprou uma preciosidade, mais conhecida como “meu sonho de consumo”: uma Cannon T3i. O preço estava bem mais barato que em Belém (óbvio).

A noite de SP é mais encantadora ainda. A rua Augusta é enorme e cheia de bares e boates. Fui a uma festa na casa de show “Beco da Augusta”, que era open bar e por isso tinha muita gente. Pegamos uma fila enorme para entrar. Sampa também é a cidade das filas. Tem muitos outros lugares que dá para se divertir em Sampa como a Vila Madalena, mas não cheguei a conhecer. E a Avenida Paulista? Nossa, muito linda.

A impressão que eu tive é que São Paulo tem tudo. Uma cidade que ferve cultura, cinema, teatro, música. Pareceu-me também a capital do rock’n roll, com muitas pessoas tatuadas e estilosas, não sei se isso era por causa do Lollapalooza.  SP não tem identidade, mas isso já identifica muita coisa. SP também é a capital dos mendigos, pedintes, pichações... 

Parece que a cidade paga um preço por ter tudo. Esse foi o meu registro de cinco dias que estive em São Paulo. Espero muito voltar por lá mais vezes. E agora sim, posso dizer que concordo com o que meu querido escritor Rubens Paiva disse: São Paulo é pai d’égua mesmo! Não exatamente com essas palavras... 


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