Quando eu era
adolescente li um livro chamado “O Homem que Conhecia As Mulheres”, do escritor
paulistano Marcelo Rubens Paiva. A obra é dividida em três partes, sendo que a
última é uma homenagem a São Paulo intitulada “I Love SP”. Foi daí que surgiu
uma vontade grande de conhecer São Paulo, mesmo sabendo de tantas coisas ruins
que aconteciam na cidade, como congestionamentos quilométricos, violência,
drogas e etc.
A oportunidade
surgiu com o Lollapalooza desde ano, que aconteceu no Jockey Club, como todo já
mundo sabe. O festival trouxe a minha banda favorita (ainda em atividade), e
por isso, eu fiz um super esforço para ir lá conferir a apresentação dos caras
do Pearl Jam e da performance impecável do Eddie Vedder. Fora os outros shows
de bandas que eu gosto muito como Franz Ferdinand, Queens Of The Stone Age, The
Hives, Black Keys, Two Door Cinema Club e outras. Além das nacionais Vanguart e
Criolo.
Cheguei a São
Paulo na quinta-feira, dia 28, véspera do feriado da Semana Santa. Aterrissei
no aeroporto do Guarulhos exatamente as 5h30 e fiquei por lá bestando até
amanhecer, na companhia do meu namorado, que foi se aventurar comigo. O tempo
estava ótimo, fazendo um friozinho de 15 graus, uma sensação muito agradável para
quem esta acostumada com o calor de Belém.
A missão era
chegar ao centro de São Paulo de metrô. Pegamos um ônibus, descemos na estação
Tatuapé e partimos em direção a República. No caminho avistamos a cidade e
prestamos atenção nos prédios gigantes, nas construções, fábricas e favelas.
Achei a cidade bonita e, além disso, limpa comparada a Belém. Aliás, é triste
falar isso, mas parece que toda a cidade é mais limpa que Belém. Ok, mas pegar
o metrô de São Paulo foi assustador, ao mesmo tempo emocionante. As
pessoas andavam muito rápidas e não olhavam umas para as outras. Parece que as
pessoas lá estão sempre apressadas e indo para um lugar muito importante.
Compramos
bilhetes, só que não sabíamos nem como passar na roleta, foi deprimente porque
tivemos que perguntar como era... Entramos no metrô finalmente e foi quando eu
participei da cena mais assustadora de toda a minha vida: uma multidão de
pessoas entrando no metrô ao mesmo tempo, e nós espremendo completamente. E eu que
pensei que o ônibus perto de casa era lotado! Só que pelo menos em São Paulo
faz frio e não ficamos suando que nem um burro de carga.
Chegamos ao
hotel e logo saímos para conhecer os lugares mais próximos. Conheci o Teatro
Municipal, o shopping Light, a Praça Ramos, a Igreja da Sé, e o mais legal de
todos: Galeria do Rock. Um shopping com cinco andares só com artigos de rock de
todos os estilos, lojas de tatuagens, discos e vinis. Seria mais legal ainda se
eu tivesse grana para comprar coisas por lá! São Paulo é bonita. Tem prédios
enormes. Uma arquitetura antiga que inebria todo o centro histórico e que eu fiquei
completamente apaixonada. Tinha vontade de ficar um tempão olhando aqueles
prédios, como se fosse uma fotografia.
Tive a
experiência de andar pelo maior centro comercial do Brasil, que é a 25 de
março. Rua comandada por muitos asiáticos. Foi meio estressante andar por lá porque
tem muita gente gritando no seu ouvido e você tem que perder o dia inteiro ali
comprando coisas. Também fui à rua Santa Ifigênia, o paraíso das coisas eletrônicas
e lá o meu irmão (com a minha ajuda) comprou uma preciosidade, mais conhecida
como “meu sonho de consumo”: uma Cannon T3i. O preço estava bem mais barato que
em Belém (óbvio).
A noite de SP é
mais encantadora ainda. A rua Augusta é enorme e cheia de bares e boates. Fui a
uma festa na casa de show “Beco da Augusta”, que era open bar e por isso tinha
muita gente. Pegamos uma fila enorme para entrar. Sampa também é a cidade das
filas. Tem muitos outros lugares que dá para se divertir em Sampa como a Vila
Madalena, mas não cheguei a conhecer. E a Avenida Paulista? Nossa, muito linda.
A impressão que
eu tive é que São Paulo tem tudo. Uma cidade que ferve cultura, cinema, teatro,
música. Pareceu-me também a capital do rock’n roll, com muitas pessoas tatuadas
e estilosas, não sei se isso era por causa do Lollapalooza. SP não tem identidade, mas isso já identifica
muita coisa. SP também é a capital dos mendigos, pedintes, pichações...
Parece que
a cidade paga um preço por ter tudo. Esse foi o meu registro de cinco dias que
estive em São Paulo. Espero muito voltar por lá mais vezes. E agora sim, posso
dizer que concordo com o que meu querido escritor Rubens Paiva disse: São Paulo é
pai d’égua mesmo! Não exatamente com essas palavras...