Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval é como você quiser

 Muita gente fala mal do carnaval. De fato, se pensarmos racionalmente nas coisas, que sentido tem em ficar dançando e cantando atrás de um bloco que toca marchinhas? Ou pior, atrás de um trio elétrico gigante tocando axé? Não tem sentido mesmo. Mas, o que faz sentido nessa vida?
Considero que, mesmo com a total falta de racionalidade, o carnaval é uma cultura brasileira. Coisa que só o bicho homem poderia arquitetar de forma tão meticulosa. Pra mim, é muito chato esse coisa toda de desfile de escola de samba e atrizes globais na Sapucaí. Mas há quem ame isso e faça disso sua vida. Carnaval é como você quiser. 
Se eu não tivesse escolhido o jornalismo como profissão, diria que a folga de quase uma semana, e para muitos ( leia-se funcionários públicos), mais de uma semana é o melhor do carnaval. Como a maioria das pessoas tem Vida, isso deve ser uma vantagem agradável nessa época do ano. 
Cada um faz do carnaval o que quiser. Tem gente que odeia isso tudo e prefere ficar na cidade, e aproveitar toda a tranquilidade rara da vida urbana, ocasionada pela fuga de seus habitantes para  os balneários e para folia. Outros não, querem a cagada e a estragação de figado mesmo. Já alguns preferem rezar por essas almas condenadas ao fogo do inferno. 
Antigamente, eu achava que carnaval era isso. Ir para um lugar agitado, ver um monte de gente, curti e blábláblá. Odiava ir para Baía do Sol (distrito do distrito que é Mosqueiro), já que lá era calmo demais, tinha carnaval, mas não era o carnaval que eu queria.
Hoje mudei completamente de concepção. Apesar de ficar de folga apenas na terça-feira, quero ficar na Baía do Sol o máximo de tempo que puder. Curtir a praia, o ar puro, curti a minha família, meu namorado... Me deu até vontade de me fantasiar só para fazer graça. É uma pena que lá (Mosqueiro), e até na Baía que eu tanto que orgulhava de ser um interiorzinho que só tocava marchinhas antigas no carnaval, se rendeu a maldição do tecnobrega. O que atraiu mais foliões, é claro, mas desvirtuou todo sentido da coisa. Ontem, o jeito foi voltar pra casa e ouvir Sergio Sampaio e Chico Buarque, só com a família mesmo. 

Meu carnaval

Mas é isso. O jeito é esse! Fazer seu próprio carnaval, colocar seu próprio bloco na rua e se divertir com o que tem. Hoje saí da Baíazinha às 4 da matina pra trabalhar em Belém, e vou voltar na mesma pisada após o trampo. O meu siamês (leia-se namorado) estava comigo nessa missão, e digo uma coisa: foi lindo ir tomar café de manhã cedinho com ele lá no terminal. Não há nada melhor do que café de rua, feito pelas  tiazonas do café.  
Mas qual é a relação disso com o carnaval? Absolutamente nada. Só queria contar mesmo. Queria dizer também que esse época é dedicada a uma pessoa que era o carnaval em pessoa. Meu amigo Fernando, que se foi em janeiro, que ontem fez aniversário, e que adorava essa movimentação inteira. Adorava a alegria. Ele pra mim é um exemplo de Carnaval. No sentido mais simbólico e bonito da palavra.
Bom, é isso. Volto na quarta. Tô sem internet na Baía do Sol. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Melodramática

A excessividade de sentimentalismo contrastando com a mais completa frieza. O melodrama em forma de gente. A completa falta de qualquer senso de calma e sobriedade. O desespero. A raiva. A falta de fé, mesmo acreditando em tudo que falam para ela. Pensa que é descolada, mais é na verdade, a caretice sem tamanho. 
Constantemente chata, ciumenta, frágil. Mas insiste em se fazer de forte. Como se todos não soubessem o quanto ela é carente em essência. Sem qualquer tipo de vergonha na cara, liga para os amigos, apenas para chorar seus lamentos. Como se fosse culpa deles, as cagadas que geralmente costuma fazer com os outros.
E alguns que estão ali todos os dias cara-a-cara, convivendo com aquele ser ilógico e incerto, não tem noção o tamanho de sua histeria.  Freud deveria explicar. Ou talvez, Jacques Lacan, Piaget, Vygotsky, ou Skinner. Mas nem eles, entendem o teor de sua loucura. 
Quem é capaz de entender a natureza humana? Quem é capaz de compreender a sua própria natureza? Tudo é apenas uma busca eterna. Mas todos precisam de calma.  
Ela poderia ser apenas mais uma garota qualquer. E ela é uma garota qualquer. Mesmo que não existam garotas "qualquer", porque todo mundo tem sua história de vida. Mas, ela acha isso. Tem certeza que sua vida será um completo marasmo eterno. Mas é claro, que nada que venha dela, tem que ser levado em consideração. Afinal, ela faz da vida o grande filme melodramático, típico de Theo Angelopoulos, em "Vale dos Lamentos". 
Ela tem é sorte. De ter um monte de gente legal e amável ao ser redor. E que atura tudo isso e mais um pouco. Ela tem é sorte de seu melodrama ter paisagens bonitas. Pois quando se esforça, ela é carnaval, alegria. Quando quer faz as pazes com o mundo, e sorri para ele. 

Companheiros