Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lamentos da alma

Todo dia acorda querendo fazer algo diferente e acaba fazendo tudo igual.
Vai para o mesmo lugar todas as tardes fazer a mesma coisa.
Pega na mesma hora qualquer ônibus lotado para ir pra faculdade.
Odeia ônibus lotado e odeia a faculdade.
Mas odeia a faculdade, apenas, por ter que pegar ônibus lotado pra chegar até ela.
Já está cansado de ter que ir pra lá todos os dias.
Só tem vontade de estudar alguma coisa de música e cinema.
Mas não tem mais ânimo pra fazer nada voltado para arte.
Porque nunca tem tempo para nada,
Já que está sempre fazendo o que não lhe dá prazer.
Está fazendo coisas apenas por dinheiro, o que era antes impensável para ele.
Odeia o dinheiro, porque o dinheiro é a causa de mortes,
desastres, dores, destruição e injustiça da humanidade.
E é a causa de fazermos o que não nós dá prazer, apenas para conseguir ele.
Mas precisa do dinheiro, justamente para não pensar em nada disso.
Adora dormir, mas odeio seus sonhos, que são sempre pesadelos,
É raro dormir e sonhar com coisa boa.
Precisa mudar de vida, e faz tudo para que isso aconteça.
Mas até agora, nada aconteceu.
Já cansou de perder, por isso, parou de tentar.
Mas sonha, sonha muito, quando voltar a tentar de novo.
Espera conseguir algo de bom.

(fim)

domingo, 24 de abril de 2011

Para você

Ei amigo, a tristeza não é intrínseca a nenhum ser humano.
Apenas, não se sinta triste por ter poucos amigos,
o que realmente importa é se eles são verdadeiros.
Ei, não me venha com essa velha marmota de sempre,
de que você é assim.
Ninguém nasce pra sofrer ou ser infeliz.
Você sabe que não eis a única,
a sentir medo, a se sentir sozinha ou sofrer por amor.
A diferença é a forma que as pessoas superam a dor.
Ei amigo, pare com isso.
Veja o sol e o futuro ao seu alcance.
Sinta o gosto daquela velha bebida gelada,
e veja que nada se tem a perder, somente a ganhar.
Ei amigo! Há quanto tempo te vejo chorar?
Suas lágrimas já não fazem sentido.
Da pra ver no seu olhar que queres liberdade pra sonhar.
Ei, a capa da infelicidade já não cabe mais...
Mas, só você irá saber o que fazer pra superar
a dor de seu próprio "ser".

"Meu amigo, o que você tem? Precisa sair para ver uns amigos, largar um pouco o seu computador, ir lá fora pra ver o calor do sol. E lá fora, talvez, novo amor possa te alegrar. Meu amigo, o que você tem? Eu já vivi também, é típico dessa cidade, mas a alegria é melhor do que a felicidade e a amizade, mais simples que amor. Meu amigo, está tudo bem, o que você sente outros sentem também. Mas hoje o dia, é melhor não sair na cidade pra ver o carnaval que chegou, que chegou..." StereoScope.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

365 dias


Não é fácil consolidar o amor. Ele Nasce como um bebê, desprotegido, frágil, sem anticorpos. Aos poucos começa a engatinhar, pronunciar suas primeiras palavras, andar, e etc. No caso do amor ele começa com "eu te adoro", "gosto de estar contigo", e assim vai caminhando... As dúvidas afloram nossa mente confusa. Será que vai dar certo? Como devo agir? Digamos que se a conquista é a criança, o amor é o adulto, a paixão é a adolescencia transviada, completamente impulsiva, dona de si, e rebelde sem causa. Beija, abraça, rompe barreiras, faz carícias, consome o outro. Até vim o "eu te amo" muitas águas já rolaram. Quando é dito com sinceridade é a melhor coisa do mundo, se não é sincero é ilusão, que só o tempo irá curar. No meu caso todas as vezes foram marcadas com respeito e carinho, muito carinho. Talvez por isso, ficou fácil saber o que era certo fazer: entregar-se por completo ao amor. Não vou dizer que é fácil amar, ao contrário, é difícil e complexo, como a própria vida. É um trabalho diário de atenção, compreensão, afeto, convivência e uma infinidade de coisas. Mas como dizia Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena".

Alianças: foto acima feita na Casa das 11 Janelas.

Obs- Em homenagem aos 365 dias que passamos juntos. Teamo

Coisas de principiante

Mãos geladas, suando frio. Dor de barriga, nervoso, agonia. Primeira vez que pega o carro, depois que tirou a carteira. Medo, muito medo. "Ah, milhares de pessoas dirigem todos os dias, porque eu não posso?", pensou. "Afinal, passei na prova do Detran, né?". "Sim e daí?" "Qualquer idiota passa na prova do Detran, aquelas voltinhas de merda ao redor no Mangueirão, não dizem nada". "A pessoa sabe dirigir é quando pega o trânsito de verdade, congenstinamento e tudo mais". Ficou um tempão com desvaneios desse tipo.

Chamou o namorado para acompanha-la, seria pior se estivesse sozinha. Primeiro passo é tirar da garagem, caramba o carro ainda estava torto. Desce o freio de mão, marcha ré, acelera devagar e vai... "Ufa! passou raspando, agora é mole, só andar". Pisa na embreagem, primeira marcha, acelera devagar, tira o pé da embreagem, coloca de novo, segunda marcha e vai.. "Ah moleza, não sei porque eu fico com medo", aliviou-se.

Olhos vidrados no trânsito, duas mãos no volante, coluna reta. Posição de quem tá começando a dirigir. Entrou na Avenida Independência, carros por todos os lados, ônibus, bicicleta. "Ai, meu Deus, me ajuda", tremeu a pobre menina. No meio da Avenida, se enrolou na marcha, a primeira não foi, já era, morreu o carro. Buzina de todos os lados, tremor, respira, volta, liga o carro, embreagem, primeira marcha, acelera e vai. Pronto. "Calma, nada de mais, vai dar certo". Duque, Unama da Alcindo Cacela, pra deixar o namorado. "Calma, que se tá nervosa, fica tranquila", disse o garoto tentando acalma-la.

Agora era ela e o carro, o carro e ela, sozinhos, sem ninguém pra ajudar. Era só descer a Alcindo Cacela, dobrar na José Malcher que chegava ao trabalho. Pois é, não viu a José Malcher e passou direto. "Merda, que rua é essa, já passei muito.. hum.. Caripunas? Meu Deus como sai daqui?" Pior do que ser motorista iniciante, é ser motorista iniciante que não sabe nada de rua, e não tem senso de direção. Dobrou a esquerda, foi por uma rua que nem lembra o nome, parou no sinal. "Ei flanelina, a José Malcher é a próxima?", perguntou. "Sem ser nessa na outra, minha senhora", informou.

Chega ao trabalho, entra com tudo na garagem do trabalho, e estaciona de uma forma deprimente. "É melhor tu ajeitar isso daí, vai ficar ruim pro outro carro sair", diz o porteiro. " Ai meu Deus que sufoco, pra mim tava bom", pensou com raiva. Fica uns 10 minutos tentando estacionar direito, não ficou direito, mais bem melhor que antes.

Resolveu, então, pedir ajuda.
"Pai, o senhor não que vim pegar o carro da mamãe aqui, eu prefiro ir de ônibus pra Unama, não quero pegar a rotatoria..."
"Não, tô no trabalho... tutututu.."

"Amor, vem pra cá pro trabalho, me pegar, preciso de companhia, pra chegar em casa, não quero dirigir sozinha... Acho que vou pra Unama de ônibus mesmo..."
"Tudo bem minha vida, já até me acostumei em ser teu guarda-costas..."

O que o amor não faz né? Serve até de cobaia, e detalhe que o guarda costas não sabe dirigir, mas consegue tranquiliza-lá. "Só quero deixar o carro da mesma forma que eu peguei", pensou a menina no trabalho. Nessas horas vale até pedir ajuda pra Nossa Senhora dos Motoristas para que nada aconteça.

Companheiros