Parei. Olhei para a página em
branco e ela olhou para mim. Me desafiou na cara dura. Um monte de informação
necessária vinha na minha cabeça. Tinha que escrever logo. O prazo estava
terminando para entregar todos aqueles escritos. Queria ser um pouco criativa,
mas também sem ser clichê. A pior coisa em um texto é quando tentamos ser
engraçadinhos e não dá certo.
Escrevi uma linha. Apaguei tudo.
Uma merda. Verbos sem combinar com contextos. Queria fumar um cigarro e tomar
um café, para parecer aqueles escritores antigos e ganhar uma inspiração. Mas
não venho gostando de cigarros faz tempo, e do jeito que essa cidade é quente
uma coca-cola gelada seria a melhor opção.
A pior desgraça para um escritor
são as redes sociais. Tiram todo o nosso tempo, dispersam nossa atenção com
todas as banalidades possíveis. A desculpa é sempre a mesma: vou entrar
rapidinho para ver se não tem nenhuma informação relevante. Que nada. Como se
existisse informação relevante nessas coisas, com raras exceções.
Voltamos ao texto. Nada ainda. Me
forcei a tomar um café amargo, conversei um pouco e escrevi palavras
desordenadas do assunto. Fui escrevendo quase que brigando com o teclado. Uma
página inteira, duas páginas... Volto para a primeira ajeito linha a linha,
parágrafo a parágrafo, citação a citação. Pego um livro, leio mais um pouco,
saco o papo do ator e volto a escrever. Leio, releio, Leio de novo. Nunca
gosto. Mudo as ordens, estico aqui, corto ali.
Leio tudo. Melhorou um pouco. E
mesmo que não melhorasse nada, ficaria como está, porque pensar também cansa. O
PC desliga com tudo. É a morte, a desgraça e a dúvida: eu salvei? Ligo o PC
resmungando Ave Maria, e pedindo a ajuda dos céus. Abro o Word...
Registro automático. Amém. Logo
depois começa tudo de novo...
2 comentários:
Meus delírios e inspirações normalmente estão relacionados com o ócio!! #Fato
:)
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