Naquela sexta-feira, depois de algum tempo, ela de novo estava lá. Com os velhos companheiros de sempre. Sentiu-se bem ao chegar e ver aquele ambiente familiar, que lembravam tantos momentos bons e marcantes de sua vida.
O que não foi tão bom, foi ter que tomar aquela cerveja barata e cretina, que destruía a cada gole, o já ruim, estômago. Por isso, resolveu comprar as primeiras latinhas, a que era um pouco mais cara. O resultado foi a encarnação daqueles que a conheciam dos primórdios de sua boêmia, naquele tempo bebia qualquer porcaria que tivesse álcool.
Dançou um pouco e rápido cansou. Deve ser a falta de costume, ultimamente ela só estava indo pra barzinhos. Também era o cansaço do dia, culpa do vai e vem da vida, estágio, namorado, comemorações. Era tão normal naquela época, aquele lugar, aquele ambiente de amigos, falação e bebedeira.
Mas agora nada daquilo fazia sentido, existia algo diferente. Não no ambiente, nem nos amigos, mas nela. Será a velhice? Pensou. Logo depois lembrou que nem chegara aos 20.
É que ela sentia-se cansada, não só do dia, mas das mesmas coisas de sempre. Sentia vontade de dançar Smiths, e conhecer algo diferente. E nada disso, logicamente, existia ali.
Acordou atordoada, quando a chamaram pra dizer que a festa chegava ao fim, e irritou-se profundamente ao ver que dormiu numa velha mesa de madeira, ao invés de sua cama.
A chuva intensa dificultou ainda mais o sonho de ir pra casa. Tudo alagado, transbordando, e eles sem carro, ou sem barco. Como ela queria sumir, ou aparatar dali.
Quando finalmente chegou a seu destino, já era dia, e estava completamente encharcada e com frio. Deu amém cantarolando a canção "no presente a mente, o corpo, é diferente e o passado é uma roupa, que não nos serve mais". Por isso, que ela gostava de Belchior, porque ele sabe das coisas.
Um comentário:
É Amor. . . . a vida é uma verdadeira metamorfose ambulante, já dizia Raulzito.Mas na vida tudo se aprende.
Beijos, tu Amor.
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