Na virada do ano de 2009 para 2010 passei pela primeira vez o ano novo longe dos meus pais. O cenário era o melhor possível: Algodoal, em companhia do meu melhor amigo, que considero como a um irmão. Além de outras pessoas legais que estavam por lá. Lembro que na época senti uma sensação de liberdade como nunca antes. Era a primeira vez também que me sentia tão livre. A viagem foi maravilhosa e inesquecível.
À meia noite daquele novo ano que chegava, fiz aquele velho ritual de pular as ondinhas. Foram três pedidos: o primeiro era conseguir um trabalho, mas especificamente um estágio em Jornalismo, o segundo era paz e saúde para minha família, meus pais e meu irmão (eu sempre pedia esse). E o terceiro era ficar solteira durante aquele ano, não me apaixonar por ninguém (juro que eu pedi isso). Este último pedido, se referia ao fato de ter vivido alguns conflitos no ano anterior, e pensava naquela época, que eu era inconstante e louca demais para entrar em um relacionamento. Outras coisas estavam em jogo também como querer "aproveitar a vida", "conhecer pessoas novas", e "ser livre". Essas bobagens que uma pessoa pensa aos 18 anos.
Voltei à Belém e logo no primeiro semestre consegui um estágio em jornalismo, minha família também não contraiu nenhuma doença grave e estavam em paz. Mas o terceiro pedido, não deu nenhum pouco certo, foi por água abaixo, foi completamente diferente do que eu imaginava. Em fevereiro me apaixonei perdidamente, em abril entrei de cabeça em um relacionamento sério, e continuo nele até hoje, dois anos depois. A conclusão que eu tirei dessa história é: meninas que estão atrás de um amor, façam pedidos para ficarem solteiras, funciona.
O mais engraçado de tudo isso na verdade, é que nunca fui tão livre como naquele ano, fizemos tudo juntos. Encontramos amigos, fizemos festa, fomos a festa, shows, caímos na noite, fomos ao cinema, dançamos, compramos uma barraca, acampamos, fizemos novos amigos, juntamos nossos amigos, brincamos, fomos ao cinema, ao teatro... Descobrimos um ao outro. E pasmem, continuamos fazendo tudo isso até hoje, com uma diferença: estamos mais íntimos, é claro.
Sempre me falavam que depois de algum tempo o namoro entrava na rotina, ficava chato, sem graça e que era preciso ter cuidado para que a relação desse certo. No nosso caso, soubemos aproveitar cada fase, é claro que já brigamos feio, em particular ou em público. Já nos agredimos verbalmente, já dissemos coisas um ao outro que não queríamos, já nos arrependemos, já ficamos sem nos falar (não por muito temo, mas ficamos).
Eu não sei direito o que deve ser feito para um relacionamento dar certo, aliás, sempre achei que eu tive muita sorte por encontrar uma pessoa que me aturasse, porque se tem um coisa que eu tenho é defeitos. Mas aí, ele também quase estragou tudo quando nos conhecemos, me fez perguntas indigestas e no nosso primeiro encontro fez uma coisa sem noção que é melhor nem falar, mas que também não importa.
O que eu sei, é que certo dia fui a um festival de rock e lembrei de um carinha que estudou comigo quando eu tinha cinco anos de idade (é cinco anos!). Daí encontramos fotos dessa nossa época, e ficamos encantados um pelo outro, e nos encontramos uma, duas, três... E hoje ficamos planejando quanto filhos vamos ter, quantos cachorros, como vai ser a nossa casa, como vamos fazer para conseguir grana, para comprar a nossa casa, que lugares vamos viajar, e o que vamos fazer para emagrecer (esta última é a mais difícil).
Eu sempre quis escrever um livro sobre essa nossa história, não por achar que ela seja mais especial do que as outras histórias de amor. Mas por achar que toda a história de amor daria um livro. Quando conheço um casal, sempre tenho vontade de perguntar: "Como foi que vocês se conheceram mesmo?". Alguns foram pela internet, outros na praia, no carnaval, no trabalho, na faculdade, na academia, na rua, ou no jardim de infância (como no meu caso). Não importa. Uma história de amor é sempre bonita e sempre deve ser contada.
Pela apaixonada Lennon.
;*
2 comentários:
Perfeito baby... você só esqueceu de pôr o episodio do café da manhã na minha casa... com meu pão de queijo... hahahaha
Raissa, há uns dias que eu estou de vir comentar esse texto em especial. Por que eu fico muito feliz de ver que encontraste o amor, logo disso que eu sempre escrevo e falo muito.
É uma sensação maravilhosa, né? Felicidades mil para vocês dois!
Beijos
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