Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Destino

Para ler ao som de: Vermelho - Vanessa da Mata

Agora vou contar uma história de amor.

1996

Era uma vez uma garotinha chamada Raissa Lennon, que estudava em um colégio classe média no centro da cidade. Sempre foi aquela menina mediana. Não tirava notas tão ruins, nem tão pouco excelentes. Não era muito feia, mas também não era a mais bonita da escola. Apesar de ter alguns amiguinhos, sentia-se melhor ao lado das crianças mais estranhas. Ela mesmo era um tanto introspectiva, falava pouco, sentava na última carteira. Aos 5 anos já sonhava com coisas bonitas, e claro, nessa idade, não conhecia nada da vida.

Assim como, não entendia, o porquê, que o "queridinho" da diretora, tentava a todo custo fazer com que ela falasse mais. E vez por outra ia lá no fundo da sala para conversar e "mecher" com ela, como toda criança atentada. O menino em questão chamava-se Eduardo Brasil e era o oposto da garota. Destacava-se com as melhores notas, ganhou até medalha de melhor aluno, tinha muitos colegas, jogava bola, ria, era extrovertido e legal. Ela invisível. Ele perceptível.

No mais, foram crescendo naquele ambiente escolar e ingênuo da infância. Existiu até uma história que uma certa amiga da menina, disse ao E. Brasil que Lennon queria conversar com ele. Com aquele medo de criança, o garoto correu. Um suposto interesse talvez por parte dela. Será?

Estudaram juntos uns 4 ou 5 anos. E depois cada um foi pro seu lado, e não se viram mais.
A infância ficou para trás.


<--- Crianças,
dançando na
escola
"12 de outubro",
hoje em dia, ela não
existe mais.
Nesse tempo eu era mais alta que ele. Ainda sou,
mais falo pra ele que não. Só
pra deixa-lo
feliz. =)



2009

Meia-calça roxa, vestido listrado, all star e cabelo curtinho. Assim foi ao festival alternativo que estava acontecendo na cidade. Não era mais a garotinha sonhadora e boba da infância. Agora estava desiludida e na sua fase mais louca. Era extrovertida, tinha muitos amigos, gostava de cerveja, rock'n roll, livros e filmes do Tarantino. A pouco terminara um relacionamento complicado, e não queria nada sério com ninguém. O amor ficou um pouco de lado, queria apenas uma coisa: diversão!

Momento I - Se Rasgum no Rock

Naquela noite, "ficou" descompromissadamente com um amigo de uma (grande) amiga chamada Beatriz (também conhecida como Bio). E acabou conhecendo os amigos desse garoto em questão. No meio dos jovens, um deles chamou sua atenção. Seu rosto parecia familiar. Sem pensar, soltou uma frase que poderia ser uma velha cantada barata.


- Eu tenho a impressão que eu te conheço de algum lugar. Disse Lennon

- Eu também acho que te conheço. Mas não sei da onde.

Olharam-se por alguns segundos e ela solta:

- Você já estudou no "12 de outubro"?

- Já.
- Acho que estudei com você quando eu era criança. Como é mesmo o seu nome?

- Eduardo.

Aquilo lhe intrigou profundamente. Assim como ele ficou ficou um pouco impressionado de ter reencontrado alguém da infância. Achou ela diferente. Alguma coisa lhe encantou. O jeito dela falar, agir, de conversar com todo mundo, seu sorriso. Beijaria ela se pudesse. Mas não podia.


Momento II- Cordel do fogo encantado

O acaso agiu mais uma vez. Em mais um show. Em mais um momento diferente. Ela o avistou e ficou feliz. Gostou de ter reencontrado de novo o garoto do "12". Também notou os amigos que sempre estavam com ele, uma menina doidinha (e pequena), a Luiza, e um garoto legal , chamado Luciano. Gostou deles logo de cara. O show foi um máximo e ela teve a leve impressão que eles pudessem "ficar" naquela noite. Só que, o que aconteceu foi apenas um beijo no canto da boca, um olhar meio turvo, e uma mordida no pescoço. Eu sei. É estranho alguém despedir-se como um vampiro. Mas depois ela descobriu que ele estava meio bêbado. Ainda assim, gostou dele.

2010

Momento III- Mormaço

Era noite de lua cheia, estava com seus amigos, num lugar legal na beira do rio escutando reggae. De longe avistou o menino. Percebeu que ele era bonito, e quando ele sorria, tudo se iluminava para ela. Como quem não quer nada começou a dançar ao seu lado e simulou um encontro casual.

- Oi! lembram de mim?

- Sim, claro.

E entre um e outro reggae... Falou ao Eduardo e seu amigo Luciano:

- Vocês sabem dançar?

- Sim.

- Tá bom, então depois algum de vocês vai dançar comigo.

Saiu em disparada entre as pessoas. Estava confiante e não sabia o porquê. Apenas pressentiu algo bom.

- Então... Quem vai dançar comigo?

O garoto da infância deu um passo a frente. E o reggae os invadiu. Assim como o desejo. Mais um acaso desperdiçado e o destino desistiria deles.

- Raissa, me dá teu telefone?

- Porque? Você não vai me ligar.

- Claro que vou. Por que não ligaria?

- Porque nunca ligam.

- Eu te prometo... Mas só daqui a algumas semanas...

- Tá bom, anota aí...

Momento IV- a ligação

Dois dias depois...
- Oi. Lembra de mim? Aquele do Mormaço...

- Lembro sim claro. Iai tudo bem?

- tudo... e você?

Conversa vai, conversa vem...

- O que tu vais fazer na terça?

- Não sei. Porque?

- Quer da uma volta lá na Casa das 11 Janelas?

- Pode ser, vou ver se dá, aí te confirmo depois...

Desde aí encontraram-se em vários lugares: shows, praças, reggaes, bares... Eles tão diferente na infância, agora tão iguais. Gostavam das mesmas coisas, das mesmas músicas, conversavam, riam juntos, divertiam-se, tinham os mesmos amigos. Tiveram experiências parecidas, tinham a mesma idade. O garoto que levava o nome do país nas costas, e a menina que tinha o mesmo sobrenome de um Beatle inglês estavam cada vez mais unidos. Perceberam que sentiam saudade, falta, que queriam estar sempre perto... Estavam, por fim, completamente apaixonados...

Com quase 6 meses de namoro. Ela tem certeza que o ama, como nunca antes. Ele, idem.
Eles até hoje se perguntam, como foi que depois de tanto tempo, reconheceram-se?
Algumas coisas da vida, não tem explicação. Apenas acontecem.


No museu da UFPA, em um dos nossos primeiros meses de namoro. Até fisicamente somos parecidos, o cabelo, o cor, e nesse dia a blusa listrada também era igual.

Assim eles viveram felizes para sempre. The end.

6 comentários:

Gordo José disse...

apaixonante.

Anônimo disse...

Serio que vcs estuavam juntos ?? *-* isso sim é perfeito.

Raissa Lennon disse...

Sério Lu! Nossa história é um filme... hehehe

Bju pra vc e pro meu querido Gordinho!

Bia Mafra disse...

Eu já descobri. Se não fosse por mim. Vocês não teriam conversado naquele dia do Serasgum. Porque foi por causa de amigo meu em comum ao Edu que vocês se reencontraram. Rá! Rá! Rá! hauhau

Eduardo Moura disse...

Um Lindo texto para uma Linda historia... você contou ele perfeitamente bem, só pecou em alguns detalhes ¬¬ pois eu não sou mais baixo que você, por exemplo.
Mais esse filme que é as nossas vidas está apenas no inicio... você ainda terá muito o que contar. TE AMO MEU AMOR , VOCÊ É MINHA VIDA. Parabens pelo texto.

Raissa Lennon disse...

Obrigadaa amor. Te amo. E a Bil se acha né? hehe a sorte dela é que eu a amo tbm.

=)

Companheiros