Raissa Lennon

Raissa Lennon
"siga seus próprios sonhos, porque ninguém pode viver o sonho do outro"

sábado, 4 de dezembro de 2010

Tirar o bem do mal

6h. Acordou cedo num sábado. Não gostava de trabalhar aos finais de semana, mas escolhera o jornalismo como profissão. Olhos inchados, chorou a noite inteira. Brigou com Ele. E por ironia, foi por falta de comunicação. Na vedade por orgulho. Na verdade por uma série de coisas, que se resumia a uma: não queria que Ele saísse sem Ela. Mas também, não queria impedi-lo. Mas fez pior, ligou pra ele e disse merda. Pow, custava deixar de sair uma única vez? - Por que tu não me falou, que eu não saía! Eles gritaram ao telefone. E choraram. Um com raiva do outro.
É foda se apaixonar, a pessoa fica frágil.

7h. Parada de ônibus. Lotado como sempre. Um monte de gente com cara de tédio, e ela como um zumbi. Pauta do dia: cobrir missa em intenção das pessoas que tiveram suas casas incendiadas no bairro da Pedreira. Garoto jovem, perdeu tudo, um filho e a mulher que estava grávida morreram no acidente. Muito triste, uma tragédia. Sentiu-se mal, se colocou no lugar daquelas pessoas. Pensou que sua tristeza não era nada perto daquilo.

12h30. Eles sorriram. É mais difícil brigar quando estão cara-a-cara. Conversa vai, vem, discussão, choro de novo. Justificativa dela, dele. Porra, eu te amo, me desculpa. Eu também te amo. Não gosto de brigar com você. Eu também não. Foram ao shopping encontrar com um casal de amigos depois da DR. Comeram pizza, sorvete, ela comprou um livro do Angeli, ele foi na loja de instrumentos. Riam, brincavam, falavam coisas bonitas um pro outro. Ela ainda com cara inchada do choro e ele a chamando de linda. O amor é isso, a gente vê beleza em tudo.
"Deus consegue extrair o bem do mal", falou o padre na missa. Bonito, vou lembrar disso quando o coração sangrar.

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